Certamente você já ouviu falar na dieta paleolítica. Mas,
sabe qual a sua fundamentação e o que ela pode trazer de bom para você?
Esta dieta é caracterizada por adoção de hábitos alimentares
semelhantes aos dos nossos ancestrais que viveram entre 40 000 e 10 000 anos
antes de nós e, que baseavam sua alimentação em alimentos mais “naturais”, com
o consumo de frutas, hortaliças, castanhas, raízes e tubérculos, além de
carnes, que eram adquiridas por meio da caça e pesca.
Beeeeem diferente da nossa alimentação atual, que está
baseada em refeições rápidas, comida em exagero, horários irregulares e
alimentos ricos em aditivos químicos, gordura, açúcar e sódio. O que nos leva a
absorção inadequada de nutrientes e de quebra a ingestão de compostos que podem
ser tóxicos. Todos estes pontos trazem prejuízos ao nosso organismo e, as
consequências você já sabe... Obesidade, hipertensão, dislipidemias, doenças
cardíacas e por ai vai...
“Vale ressaltar que apesar da expectativa de vida de nossos ancestrais ser mais baixa do que a nossa (em torno de 50 anos), as principais causas de morte eram acidentes e doenças parasitárias, pouquíssimos os que faleciam em decorrência de alguma doença crônica, muito presente na atualidade”.
O argumento dos defensores dessa dieta é que o DNA humano não está
adaptado para comer alimentos industrializados e cereais.
Como a ingestão de frutas e hortaliças era marcante, o
consumo de fibras era alto, chegando em média a 46g. O consumo de sódio era baixo,
menor do que 1000mg/dia, e o do potássio era alto, acima de 10.000mg/dia. A
ingestão de cálcio era aproximadamente 1620mg por dia, advindos das plantas
forrageiras e da carne de cervo, excedendo os requerimentos mínimos.
“Detalhe”... Sem leite e derivados...
Essa ingestão contraria nossas recomendações atuais.
Para definir melhor a constituição da dieta paleolítica
vamos usar o principio da exclusão, já que excluem-se: açúcar ou quaisquer
alimentos adoçados, cereais e todos os produtos á base de cereais, batata,
leguminosas (feijão, soja e lentilhas), leites e todos os seus derivados
(apesar de poderem ser consumidos crús, devem ser evitados por serem da era
pós-agricultura), alimentos que não são comestíveis crús sem processamento são
excluídos dessa dieta. Isso por que na era paleolítica, não havia fogo, e
alguns alimentos crus eram tóxicos, como é o caso da macaxeira (mandioca
brava). Ou seja, ela inclui basicamente carnes magras, peixes, ovos,
oleaginosas, vegetais e frutos orgânicos e muito raramente pode ser usado mel.
Do ponto de vista
nutricional está dieta apresenta várias características interessantes:
• Rica em fibras;
• Rica em proteínas;
• Tem grande quantidade de óleos poliinsaturados - ômega 3;
• Rica em vitaminas, minerais e antioxidantes;
• Pouca gordura saturada;
• Não tem carboidratos de alto ou médio índice glicêmico
(que elevam mais a quantidade de açúcar no sangue);
• Sem leite e derivados;
• Evita alimentos industrializados;
• Dieta pouco alergênica.
Muitos estudos mostram que mudanças nos hábitos alimentares
baseados nesta dieta podem ser favoráveis na redução de doenças crônicas não
transmissíveis (diabetes, hipertensão, colesterol elevado e doenças cardíacas).
E como aplicar essa
dieta no dia a dia de hoje?
• Comer alimentos integrais, naturais e frescos; evitar
alimentos altamente processados e de alto índice glicêmico;
• Consumir uma dieta rica em frutas, hortaliças, nozes, e
sementes e baixa em grãos refinados e em açúcares.
• Aumentar o consumo dos ácidos graxos ômega-3 através do
consumo de peixe e das fontes vegetais;
• Evitar gorduras trans e limitar a ingestão de gorduras
saturadas, ou seja, eliminar alimentos fritos, margarinas, produtos de
pastelaria e os alimentos industrializados. Incorporar azeite de oliva na
dieta;
• Aumentar o consumo de proteína magra, sem pele, de peixes,
além de cortes magros da carne vermelha, e logicamente proteína vegetal, como
tofu, shitaki, grãos germinados.
• Evitar produtos lácteos ricos em gordura, carnes
embutidas, defumadas e curadas;
• Beber água em abundância;
• Praticar exercícios diariamente.
Mas é importante
lembrar que a alimentação para cada individuo é diferenciada, portanto, em vez
de simplesmente adotarmos um padrão de dieta, deve-se procurar um profissional
capacitado para lhe ajudar a fazer as melhores escolhas.
Fonte: Ecologia Médica
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