segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mais Prevenção, Menos Remédio

Eu fui criada por uma Mãe Homeopata, ou seja, todos os meus conceitos de uso de medicamentos alopáticos, ou o uso de alguma substância que pudesse alterar o funcionamento do organismo sem uma justificativa maior foi algo que sempre me incomodou e sinceramente nunca entendi o propósito disso. Afinal, se você está com algum problema físico, porque antes de tomar um remédio, você não tenta entender de onde vem a dor, ou a alergia ou o incomodo? Será que você está equilibrado emocionalmente? Será que você está dormindo direito? Será que você está se cuidando?
Porque se não estiver o medicamento só irá mascarar esses sintomas, que irão continuar latentes em seu organismo.
Por isso ao ler o texto da Claudia Colucci, na Folha de São Paulo, me identifiquei completamente! Vejam um trecho do texto a seguir e reflitam a respeito!!


Pouca gente fora da área da saúde conhece o conceito de "prevenção quaternária". Proposto pelo médico belga Marc Jamoulle, ele é definido como o conjunto de ações para evitar ou atenuar as consequências de tratamentos ou intervenções desnecessárias no cuidado do paciente.
Normalmente, nunca paramos para pensar nisso: terapias desnecessárias ou excessivas ou até aquelas bem indicadas podem fazer mal. Isso tem um nome também pouco familiar ao público leigo: iatrogenia. O termo se refere a doenças ou alterações patológicas criadas por efeitos colaterais dos medicamentos ou de tratamentos.
Não é um conceito novo. Desde o tempo de Hipócrates que é reconhecido o potencial efeito lesivo das ações terapêuticas no processo de cura.
Só um exemplo: Um estudo em um hospital universitário nos EUA concluiu que mais de 1/3 das doenças eram iatrogênicas. Dessas, uma em cada dez eram graves e 2% dos casos resultaram em morte. A maioria das complicações esteve associada ao uso de remédios.
Dados da literatura médica apontam que a iatrogenia provoca em torno de 250 mil mortes por ano nos EUA, metade delas associadas a efeitos secundários de remédios prescritos pelos médicos. Por incrível que pareça, já é a terceira causa de morte por lá.
Talvez por falta de informação ou por uma questão cultural, não nos damos conta sobre o perigo dos medicamentos. Normalmente, o paciente que sai de uma consulta sem um pedido de exame ou um remedinho fica insatisfeito com o médico, acha que foi mal atendido. O médico, sem tempo ou paciência para o diálogo, pede exame ou prescreve medicamentos sem necessidade. E assim caminha a nossa medicina.
A ideia da prevenção quaternária é identificar os pacientes em risco de excesso de medicações/tratamentos e sugerir alternativas eticamente aceitáveis.
A meta é a prevenção do excesso de diagnósticos, de tratamentos e de medicamentos, além de propagar vários alertas, tais como não confundir fator de risco com doença e evitar coisas do tipo:
- os exames de rotina ("check-up") ou exames complementares desnecessários
- o intervencionismo tecnológico na saúde
- o tratamento farmacológico do colesterol alto em prevenção primária
- o tratamento hormonal de substituição durante a menopausa
- o uso de antibióticos indiscriminadamente (muitas vezes desnecessários, com o consequente aumento não justificado das resistências bacterianas)
- o diagnóstico genético desnecessário
- o sobrediagnóstico e o sobretratamento da hiperatividade e do déficit da atenção!

Então o uso do medicamento irá realmente lhe fazer bem???

Beijinhos

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens Relacionadas

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...